Dupla excepcionalidade refere-se a quando uma pessoa apresenta dois tipos de funcionamento concomitantes, que pode ser alguma forma de deficiência, alterações comportamentais ou dificuldades de aprendizagem na escola com uma alta habilidade cognitiva! Em resumo seria como alguém possuir duas condições: uma “talentosa” e outra “deficitária” ou abaixo da média esperada para a população geral!

Esta não é uma situação incomum, e estima-se que até 1 em cada 10 crianças com Altas Habilidade e ou Superdotadas podem ter algum tipo de deficiência como o Transtorno do Espectro Autista, por exemplo!

A dupla excepcionalidade pode ser bem mais difícil de ser detectada do que pode parecer, pois é necessário um profissional capacitado e aplicação de testes psicométricos para subsidiar essa conclusão. As dificuldades com o diagnóstico podem acontecer por algumas situações: 1º: quando os aspectos comportamentais do transtorno escondem as altas habilidades; 2º: quando as altas habilidades são tão significativas que mascaram problemas comportamentais existentes nos transtornos e 3º quando as altas habilidades superam as características dos transtornos por muito tempo, mas quanto maiores são as exigências sociais e comportamentais mais problemas vão surgindo o que pode gerar um diagnóstico mais tardio da outra condição.

Estima-se que de 3% a 5 % da população geral tenha superdotação, o diagnóstico é médico, mas confirmado por uma boa avaliação neuropsicológica.

Mas vai aí um alerta: cuidado com diagnósticos de altas habilidades ou com a falsa percepção de que dupla excepcionalidade seria algo extraordinário! Pois pessoas nessas condições vão precisar de terapia, pois vão apresentar problemas emocionais e sociais que mal cuidadas podem levar a questões psiquiátricas como a depressão.

Crianças com altas habilidades e dupla excepcionalidade precisam de adaptação curricular, de planejamento individualizado e de atenção! Então em caso de alterações comportamentais com habilidades acadêmicas muito altas para idade pode ser sinal de dupla excepcionalidade!

E o caminho correto a se fazer, é procurar um profissional especialista em Educação Inclusiva e em Neuropsicologia.

Indicadores possíveis para dupla excepcionalidade incluem:

• Discrepâncias nas habilidades e competências, como uma criança que exibe níveis avançados de raciocínio, mas que se esforça para ler ( alguns casos de dislexia com alta habilidade )
• Uma criança que parece frustrada em tarefas acadêmicas ou sente-se entediada na escola;
• Falta de confiança em si mesma evitando certas tarefas, juntamente com sinais de capacidade avançada em outras áreas;
• Facilidade em compreender conceitos abstratos, simbolização e generalização de conceitos, palavras;
• Facilidade precoce em aprender uma segunda língua, por exemplo, o inglês; ou jogos de raciocínio lógico esperados para um adulto ;
• Geralmente apresentam facilidade em aprender conteúdos e ou pesquisas sozinhos.
• Discrepâncias significativas nos escores dos subtestes nos testes de QI;
• Alterações comportamentais, hiperatividade, ansiedade, modificação no humor; isolamento;
• Comportamentos estereotipados, linguagem prosódica, interesses restritos e alta cognição ( em caso de TEAs por exemplo)
• Precocidade intelectual a partir dos 2 anos;
• Comportamentos de liderança, preocupações com o mundo;
• Dificuldades nas habilidades sociais, geralmente preferem crianças e jovens mais velhos ou pessoas adultas;
  A dupla excepcionalidade geralmente não se torna um problema para crianças e famílias até que uma criança inicie a escola e atinja séries com maior requisito acadêmico e social.

No entanto, muitas vezes há sinais nos anos pré-escolares e as vezes sinais precoces com 1 ano e meio 2 anos. Por exemplo, interesses, por números, letras, jogos mais complexos, quebra-cabeças, importam-se com natureza ou animais, planetas ou sistema solar, desenhos elaborados, leitura.

Em caso de dúvida procure uma avaliação neuropsicologica.

Assista ao vídeo e saiba mais sobre Dupla Excepcionalidade.